Informações e imagens: Edilson Junior, G1 Sorocaba e Jundiaí
A partir da digitalização 3D foi impressa a parte de cima do bico de Miguel, um tucano que perdeu parte do bico em um ataque de onça em SP, a partir dessa peça foram desenvolvidas outras. “Medimos com a ajuda de um ortopedista e odontologista da área veterinária e chegamos na prótese que o Miguel usa agora”, O desenvolvimento do implante demorou dois meses. Além da veterinária Anna Beatriz Rocha, cerca de 15 profissionais participaram do processo, como o estudante de veterinária Mateus Sibinel Zillo. Foram várias etapas até chegar ao implante ideal. A equipe estudou em tempo recorde a aplicação da tecnologia feita com resina fotopolimerizadora e o pino intramedular que, segundo a veterinária, oferece ao tucano a mesma qualidade de vida anterior ao incidente com o felino.
“Procuramos engenheiro, designer, dentista e ortopedista para somar a equipe de veterinários e contamos também com a ajuda de um projetista que cedeu a impressora 3D e foi fundamental no projeto. Fizemos algumas contas de distribuição, mordidas. Como as próteses de resina, que são as mais comuns de serem feitas em impressoras 3D, tem baixa durabilidade, variando entre 25 e 30 dias, trabalhamos para fazer a melhor prótese possível
“A prótese produzida é maciça e não oca. Como o bico do tucano é aerado, a prótese segue esta anatomia. Ele [Miguel] foi o primeiro tucano a usar o pino intramedular com a resina fotopolimerizadora. Existem aproximadamente três tucanos no mundo com próteses feitas em impressoras 3D, mas utilizam uma resina acrílica normal e que não dura muito tempo. A composição de resina fotopolimerizadora, comumente utilizada por dentistas e os pinos intramedulares foram diferenciais nesta prótese 3D. Ela ficou mais anatômica, leve, o peso total não passou de 30 gramas. Isso garantiu sustentação e funcionalidade, além de distribuição da mordida do tucano.” , explica.
Segundo Mateus, projetar um bico duradouro e que possibilite o bem-estar de Miguel foi um verdadeiro desafio para a equipe de veterinários.
“Chamamos um engenheiro e passamos um dia com ele desenhando, angulando, fazendo reforço e testando o preenchimento. Fizemos duas pré-impressões para ver como ficou a prótese até chegar a atual que o Miguel usa. A ideia era projetar uma prótese duradoura e que respeitasse uma porcentagem do peso do animal. Acabamos conseguindo fazer uma prótese mais leve e resistente para ele”, comemora.
De acordo com a veterinária Anna Beatriz, com o novo bico implantado e cicatrizado, Miguel melhorou a qualidade de vida, conseguindo se alimentar bem, além de ter se tornado mais sociável e amoroso. Ainda não há uma data prevista para quando ele retornará para a natureza.
“Antes ele só comia papinha e pesava 450 gramas. Agora que ele pode comer coisas sólidas, já está pesando 580 gramas. O Miguel era nervoso também, super assustado e não deixava ninguém chegar perto dele que já gritava. Hoje é brincalhão e até dorme junto”,
Informações retiradas de G1 em 20/08/2021.